Os presidentes de ambos os países se reuniram em Buenos Aires e assinaram uma “aliança estratégica” para promover exportações e importações. Além de uma moeda comum e financiamento do gasoduto, o documento propõe avançar no desenvolvimento hidrelétrico e obras de integração envolvendo Misiones.
O ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, e o seu homólogo brasileiro, Fernando Haddad, revisaram na última segunda-feira os pontos centrais do acordo econômico assinado pelos dois países. Com a moeda comum como principal novidade, a agenda bilateral concentrou-se na melhoria do fluxo de comércio, promovendo exportações e importações entre os dois países.
Massa ressaltou que Argentina e Brasil iniciaram um crescente processo de integração energética, que considera gás natural, hidroeletricidade, biocombustíveis e recursos renováveis com o objetivo de promover o crescimento industrial e a oferta de projetos que beneficiem ambas as nações.
Antes da conferência do ex-prefeito de Tigre, o presidente, Alberto Fernández, e o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, realizaram uma reunião e reafirmaram a aliança estratégica entre a Argentina e o Brasil através da assinatura de um Memorando de Entendimento sobre Integração Econômico-Financeira com o objetivo de aprofundar e institucionalizar os esforços de desenvolvimento regional .
O documento tem 82 pontos de cooperação que foram acordados por meio de reuniões entre ministros e autoridades de ambos os lados. Entre os destaques estão a criação de uma moeda comum para o comércio mútuo e a integração energética por meio do financiamento do gasoduto Néstor Kirchner, que permitirá as exportações gás para o país presidido por Lula da Silva.
O impacto do acordo para Misiones
A província de Misiones desempenha um papel fundamental na maior integração entre a Argentina e o Brasil devido à sua proximidade territorial com este último país. É por isso que alguns dos pontos têm impacto na “Terra Colorada”, entre eles a construção da ponte San Javier-Porto Xavier foi ratificada.
O artigo 37 diz: “Eles concordaram em coordenar conjuntamente todas as ações necessárias para avançar na construção da Ponte Porto Xavier-San Javier”. Sobre o mesmo ponto, ambos os governos destacaram “a importância de definir o futuro regime de gestão e manutenção da Ponte São Borja-São Tomé e do seu Centro Unificado de Fronteiras e Infraestruturas Relacionado, antes do término da atual concessão, em agosto de 2023, dada a importância da referida ponte e a sua área de controle integrado para o intercâmbio comercial dos dois países, mantendo o alto padrão que a administração do centro possui atualmente, com tempos acelerados que o tornam uma opção eficiente para o transporte de cargas”. Eles também determinaram que “os respectivos governos tomarão as medidas necessárias para a revitalização e manutenção regular da ponte Uruguaiana-Paso de los Libres.
Potencial hidrelétrico
Entre os principais pontos, também é mencionado o interesse em desenvolver potenciais hidrelétricos binacionais e foi acordada a reativação do Comitê Técnico Conjunto (CTM), com o objetivo de retomar os estudos técnicos relacionados a empreendimentos binacionais, no âmbito do Tratado de Uso de Recursos Hídricos Compartilhados dos Trechos Fronteiriços do Rio Uruguai e seu afluente o Rio Pepirí-Guazú, que atua como a fronteira entre Misiones e o estado de Santa Catarina, Brasil em todo o seu curso.
Fonte: Leandro Demora , Misiones Online, 24/01/23
Imagem: Brasão de armas de Província de Misiones
Seleção e Tradução: Adriano Greco da Fonseca