A combinação clima, altitude, fertilidade e sanidade faz do trigo produzido em Tibagi, nos Campos Gerais, referência para o País. Guilherme Frederico de Geus Filho, engenheiro agrônomo, desde criança já acompanhava o pai na lavoura. Hoje, ele administra o dia a dia da fazenda, sempre sob a supervisão e os olhos atentos do pai. A cada inverno, reserva um espaço entre 600 e 800 hectares para a cultura, o que rende uma colheita de até 3.600 toneladas, integralmente comercializada com a cooperativa Frísia. Guilherme destaca que Tibagi é privilegiada, com uma combinação perfeita de fatores que favorecem o trigo plantado na região.
Com uma população estimada em 20 mil e 600 habitantes, de acordo com dados do IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, ninguém produz mais trigo no Paraná e no Brasil do que Tibagi. De acordo com o Deral, Departamento de Economia Rural da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, o município colheu 111 mil toneladas em 2020, em uma área total de 30 mil hectares. Ou pouco mais de 15% de toda a produção paranaense de trigo. O agricultor Fredy Nicolaas Biersteker, conta que tudo começou com o avô, um holandês que veio para o Brasil e se estabeleceu em Tibagi. Hoje ele administra uma plantação de 160 hectares, que rende cerca de 400 toneladas de trigo por ano.
Impulsionado pelo trigo, Tibagi passou a figurar no seleto grupo dos bilionários no somatório das riquezas produzidas pelo campo, conjunto formado por aqueles municípios que alcançaram valores superiores a um bilhão no Valor Bruto da Produção Agropecuária. A cidade alcançou um bilhão e 260 milhões de reais. Toledo, Cascavel, Castro, Guarapuava, Marechal Cândido Rondon, Santa Helena, Assis Chateaubriand, Dois Vizinhos, Palotina, Carambeí, São Miguel do Iguaçu, Nova Aurora e Piraí do Sul completam o ranking. Tibagi isola o Paraná como maior produtor de trigo do País. Foram 3 milhões e 200 mil toneladas no ano passado, pouco mais da metade de tudo o que foi colhido no País. Com isso, dentre o faturamento das principais culturas locais, o trigo foi o que teve o maior incremento no Valor Bruto da Produção, passando de um bilhão e 920 milhões de reais para 3 bilhões e 590 milhões de reais de 2019 para 2020. O crescimento real de 87% foi impulsionado pela produção 39% superior aliada aos preços valorizados, cuja média da saca passou de 46 reais para quase 68 reais. Rendimento que segue alto. A projeção da secretaria da agricultura aponta para 3 milhões e 700 mil toneladas, meio milhão a mais ao que foi colhido em 2020.
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